quinta-feira, 12 de maio de 2011


Caro sr. Inverno, 
Há tempos tento mandar-lhe esta carta, mas o calor, imcompreensível como ele só, me impede de tal coisa.Você anda sumido, e tudo relativo ao senhor, também. Não sabes o quanto sinto falta das chuvas que não eram fortes, e sim satisfatórias, sinto falta do prazer em tomar algo quente, de enrolar-me em minhas cobertas e aproveitar a cada minuto sentindo aquela sensação térmica de -5º e poder dormir tranquilamente com minhas meias cor de avelã, sem precisar me mexer muito pelo desconforto de ter aqueles pernilongos intrusos zunindo em meus ouvidos a noite inteira. As pessoas daqui me chamam de louca, por não estar aproveitando com tanta intensidade como elas o tão desejável (lê-se indesejável) calor.
Mas cá para nós, não vejo a mínima graça possível em estar sempre suada. (Observando que as pessoas encontram o frescor nos ventiladores, o que significa que elas não esqueçeram totalmente de você). Claro que não, só um tolo gostaria de entrar em um forno e ficar torrando por mais de uma hora, e é assim que me sinto por aqui. É difícil respirar.
Na verdade, é difícil fazer qualquer coisa com este calor insuportável, só peço-lhe para que não demore a retornar, preciso de você aqui. Espero que reconheças que aqui serás muito bem-vindo, e que tem muitas pessoas à sua espera. Ainda falta uma estação até sua chegada, mas estarei lhe esperando com total ansiedade. 

Atenciosamente,
Sua admiradora secreta.

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