quarta-feira, 7 de setembro de 2011


15/04/11 ”Tudo aconteceu com uma certa rapidez assustadora. Você não passava de um simples menino inútil e tosco, vivia jogando bola em frente sua casa, com seus amiguinhos idiotas e completamente retardados. Não vou negar, eu simplesmente te odiava com todas as minhas forças
16/04/11 “Era mais uma das tardes calorosas e chatas que podia existir. Tédio me dominava por completa. Decidi sentar um pouco na calçada, quem sabe assim não encontrava com a minha “melhor amiga”. Fiquei um bom tempo observando o céu e ouvindo musica,  já que era sábado e não havia praticamente nada para fazer dentro de casa. Logo ouvi um barulho de garotos gritando e vindo em minha direção. Aquele pensamento filho da puta tomou conta de mim “porra, esse idiota resolveu tirar o dia para me encher o saco, mas por que meu Deus ? por que justo hoje, que meu humor não está 100% ? Tentei ignora-lo ao máximo, mas parece que ele não ligava, procurava meios de tentar chamar a atenção. Resolvi entrar, já que aqueles idiotas iriam tomar conta da rua o dia inteiro. 
17/04/11 Outro dia comum, sem nada para fazer, (lê-se:como sempre). Minha mãe disse que ia ter festa na escola, mas ão estava bem, com uma dor de cabeça insuportável, ir para escola, em pleno domingo não seria uma das minhas melhores decisões, ia ter uma “festinha” que os professores idiotas resolveram fazer, acham que eu vivo somente de festa, só pode. Fiquei em casa, sozinha, pois todos haviam saído. Fui em direção a janela e observei a rua, logo pensei “ainda bem que aquele tosco não está ai, com aqueles amiguinhos idiotas e estúpidos”. Fui andar um pouco, minha cabeça estava me deixando louca, a dor estava falando cada vez mais alto. E não adiantou evitar, você estava vindo em minha direção, com uma mochila nas costas, era mais ou menos 13:45, aposto que devia estar voltando da casa do amiguinho idiota dele. Passei ao teu lado, nem se quer olhei para trás, mas percebi que você havia olhado. Minutos depois escutei passos, passos cada vez mais rápidos, para minha decepção era ele. Parei de andar e me virei. Quando lhe vi sorrindo, “meu Deus, que sorriso é esse ? ” Senti uma enorme vontade de abraça-lo. Pois estava parado em minha frente, me olhando, com aquele lindo sorriso estampado em seu rosto, mas me segurei e fiquei quieta. Ele quebrou o silêncio e disse em um tom baixo:
- Não foi a festa da escola ? - sorriu.
- Não é da sua conta ! - desviei o olhar para o lado.
Por que você me evita tanto menina ? Não fiz nada a você, mas tu insiste em ficar assim, fria, faz papel de durona, para com isso, não tem motivos para ficar assim - me olhou atenciosamente.
Não interessa. Você é um besta, não passa de um otário, acha que o mundo gira em torno do teu umbigo, é mesquinho, suas atitudes me dão nojo, eu te odeio. - Respirei fundo e dei as costas.
Eu não sei o que aconteceu, mas senti meu coração acelerar quando ouvi “para com isso, não tem motivos para ficar assim”. Mas ignorei tudo o que você havia falado, voltei a andar, sem olhar para trás, até que ouço você gritar, virei novamente e vi você correndo em minha direção, segurou firme meu braço e se aproximou. Disse em um tom mais alto que o normal.
Nunca dei motivos para alguém duvidar de mim. Sabe o que tudo isso significa ? Você sente algo por mim, só pode. A gente não se conhece a muito tempo, falei com você algumas vezes, tentei me aproximar de você, mas tu nunca deu uma chance se quer.  Não sei porque todo esse ódio, não sei porque tu guarda todo esse rancor. Para, para de ser assim, você não percebe ? Você não percebe que eu gosto de você ? Mesmo parecendo impossível, porra tudo isso me machuca. Eu pareço sim um moleque, mas nunca neguei a garota alguma o meu amor. Nunca duvide. O que eu sinto por ti é verdadeiro. 
Meu coração estava acelerado, minhas pernas estavam tremulas, minhas mãos soando frio. Eu não sabia o que dizer, não conseguia pronunciar absolutamente nada, eu fiquei parada ali, feita uma estatua, me senti uma verdadeira idiota, idiota por não ter ligado, idiota por ter te ignorado ao máximo. Eu simplesmente estava sem saber o que fazer. Você me olhou e sorriu, assim me puxando pra perto, fazendo com que nossos corpos ficassem colados, envolveu seus braços em minha cintura e em um momento de fraqueza, me beijou. Um beijo calmo e intenso, mas ao mesmo tempo cheio de desejo. Suas mãos percorriam pela lateral do meu corpo, causando arrepios no mesmo. Eu esqueci de absolutamente tudo. Eu nunca imaginei beijar o garoto que eu mais odiava. Logo me toquei, parti o beijo com selinhos, com a respiração ofegante, sem dizer nada. Fui me afastando aos poucos. Eu não sei o que estava acontecendo, me senti segura em seu braços, me senti completa quando seu corpo se chocou ao meu. Sai correndo, cheguei em casa e me tranquei no quarto. […] Meu Deus, o que foi isso ? Não podia acontecer, não mesmo.
Me lembro do nosso primeiro beijo como se fosse hoje. Foi um pouco tenso e inesperado, mas foi o melhor. Eu nunca me esqueci disso, nunca me esqueci do que aconteceu naquela tarde. Foi a partir desse dia que eu me toquei, eu estava te amando, te amando do jeito mais sincero.

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