sábado, 17 de dezembro de 2011

Ei, pequena. Lembra de quando começou? Você estava em um daqueles conflitos internos, difíceis, cruéis, que apunhala-nos. Eu apareci, sem jeito, ofereci a ti uma mão, mas tu recusou, disse que eu não entendia, que não podias te compreender, mas não era bem assim. Persisti. Tu contradizia, talvez relutasse contra a verdade que eu estampava em teus olhos, porque de alguma forma doía. Eu dizia “tu és perfeita”, mas palavras não bastam, nunca bastaram para ti. Era o que eu poderia oferecer, os meus abraços carinhosos em palavras confortadoras, talvez tu se contentou, no início, não preenchia, mas tapava a ferida, como um bandeide, tinha que trocá-lo sempre, perdia a cola, era descartado. Mas não deixei que você saísses assim tão fácil, afinal, sempre disse que tu foi feita pra mim. Os teus defeitos me encantam, tua voz desafinada soa bem, teu jeito teimoso me conquista, cativa e faz-me prisioneira da tua maldade. Sou uma gulosa por punição, talvez seja essa a explicação para o meu encantamento extremos á pessoas do teu tipo, incognitamente complicadas. Mas são as melhores, confesso.Eu te fiz uma promessa “um dia estarei ao teu lado”, tu assentiu com o teu jeito ‘não sei oque’, cumprimos, eu e você. Talvez mais você do que eu, mas de qualquer forma, cumprimos. Encostei em um balcão de mármore e comecei a sacolejar meu pé direito inquietamente enquanto você se atrasava, senti um aperto e ouvi um “BU”, era você, extremamente pequena, perfeitamente minha, com teu jeito de moleca, bancando a dona do pedaço. Me catou pela mãe e saiu me levando escada á baixo, dançando e cantando terrivelmente alto, aquela música tem sua cara, me faz lembrar de você, e depois daquele dia, por quase consequência do destino ela voltou a tocar no bar da praça da esquina da minha rua. Meus pensamentos voltam á tona. A garrafa de Smirnoff que quebrei na praça e a sua gargalhada louca me dizendo o quando eu era desastrada, os goles de Eristoff e as vezes em que dividimos o mesmo cigarro, eu podia sentir o gosto da tua boca nele, tinha gosto daquele teu Trident de menta. Dos abraços forçados que eu te arrancava e das piadas ridículas que você me contava, eu ria, talvez te deixasse feliz. Das vezes que fomos ao banheiro segundo uma á outra na tentativa desesperava de evitar um tomo naquela grama mal-zelada. Lembro da tua meia-calça, a mesma que você usava em uma das primeiras fotos sua que vi. Eu dizia que o teu sorriso é lindo, largo, esboçando emoções, sejam forçadas ou não… Até mesmo as forçadas pareciam ter uma quantia significativa de sinceridade. Eu implorei atenção nas primeiras horas, porque sabia que 3 dias eram completamente minúsculos se fossem vividos ao teu lado. Mas por mais minúsculos, me renderam eternas lembranças. Pequena, tu lembras dos detalhes como eu? Das luzes dos postes acesas na madrugada em que andamos de carro num grau de alcoolismo. Me deixavam sonsa, mas me distraíam. Eu viaja longe, longe no fundo dos meus pensamentos gravando cada momento em que vivia com você! Ei, pequena, preciso te contar um segredo, talvez não sejas segredo, mas quero recordar-te: Eu te amo, com todas as lembranças e planos para o futuro, com todas as certezas, verdades e anseios que guardo nesse meu coração infinito. Ei, pequena, minha pequena, será eterno!

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