sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Ela não sentia, ou pelo menos demonstrava não sentir. Ela queria gritar mas lhe faltava a voz, queria correr mas acabava não achando uma saída, queria chorar mas suas lagrimas acumuladas durante um dia inteiro abafavam o travesseiro. Ela simplesmente havia cansado. Cansado de ser julgada por quem um dia considerou seus amigos, cansada de ser odiada até mesmo dentro de sua própria casa, ela havia cansado de sentir. De viver. Ela sabia que na verdade ninguém se importava, que todos diziam entender sem terem ideia do que era aquele sofrimento, ela tinha certeza que nada do que eles falavam iria adiantar, que o “tempo compensa tudo” estava longe pra chegar. Mas ela aturou e concordou de boca calada como de costume. As palavras, já sabia, seriam clichês e soariam falsas, frases decoradas como “obrigada, você é um anjo”. Ela não tinha mais razões para continuar, ela não só se via como uma decepção para os outros mas sim como uma decepção para si mesma. Ela não era a garota que planejava ser a 5 anos atrás, ela era só mais uma em meio a tantas outras. Só que não era isso que a machucava. Machucava pelo fato que as tantas outras carregavam pelo menos um motivo pra continuar. Talvez um amor correspondido, amigos que apoiavam ou uma família que além de tudo, fosse amiga. Ela não tinha nenhum argumento desses, nada. O que essa garota fez, e que na verdade continua fazendo, é o de sempre. Chorar em silencio, sofrer em silencio, amar em silencio, porque para ela, todos sempre estiveram surdos para suas palavras.

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