sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


“Então desce do salto agulha, menina, e finge que o mundo lá fora não existe. Finge que não vê, que não sente. Ocupe esse oco dentro do peito com um pouco de sorriso seu. Mas só seu, menina. Só sua felicidade. Esqueça um pouco dos outros. Esse temperamento forte e essa máscara de porcelana te invade, menina. Te invade de tempestades de gelo. Te deixam fria. Mas ainda sim consegue ser tão linda, menina. Tão grande e tão exposta. Esse peito inchado, esse ego inflado. Essa complicação de uma mistura de excesso e falta de amor própria. Essa de fugir de amor. De andar por outras esquinas para evitar esbarrá-lo. Fica linda quando nega, quando dorme, quando acorda. Então desce do salto agulha, menina, e vai atrás do seu sorriso. Se preciso, suba num outro salto maior ainda.”

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