sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


“Então eu encontro você na esquina da minha rua quando estiver escuro e encho seu rosto de beijos, sem tocar meus lábios nos seus. Eu finjo que eu não me importo em você ter que ir embora quando der a sua hora e peço para ficar mais um pouco, como quem nada quisesse. Olho sua boca, seus olhos, seu sorriso. Eu brinco com seu cabelo enquanto você me observa analisar os traços do seu rosto. E ouço você prometer que vai me ligar quando chegar em casa. Tudo bem se você não quiser me deixar na porta de casa, porque continuarei sentada na calçada até perder você de vista e tentar imaginar exatamente o que você poderia estar pensando. E embaixo das gotas minúsculas da chuva que começaria a cair eu me despediria de você de longe, dizendo o quanto vou sentir sua falta durante a noite por não poder te ver. Vou te imaginar ao meu lado assim que acordar, com aquele cheiro de lençol amaçado e com um sorriso amarrotado no rosto. E vou desejar te contar todas as minhas fantasias quando você ligar, mas como sempre eu manterei meu silêncio.”

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