sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


“Então finge, garota. Finge que não sente, que não vê. Finge que está tudo bem. Pode fingir, pode agir como se nada afetasse. Finge que a verdade não dói, que as coisas não machucam, que as palavres não ferem. Finge que o buraco cicatrizou, que as pessoas sabem curar, finge que se acostumou com tudo, que mudou. E tarde da noite, quando deitar na cama, chora tudo. Tudo o que pode, que consegue, que quer. Mas enquanto não cai a noite, finge que não se importa. Que as feridas recentes não atrapalham, que falar sem pensar não é consequência. Finge que o mundo não gira, que a vida não corre. Finge que nada mais vai te afetar, que ninguém mais vai conseguir atrapalhar. Finge é melhor fingir, garota. As pessoas preferem assim, as dores encaixam no tempo, se acostumam com tamanha falta de verdade; com o excesso da mentira. Finge. Age como as pessoas querem. Age como se nada acontecesse. A verdade mesmo é que não querem saber como estão e sim como vai evitar machucar os demais. E não importa o quão ferida estejas, garota. Simplesmente finja. Finja que é forte o suficiente, mesmo que não seja.”

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