sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Hoje digo com todas as letras: eu apenas sobrevivo. E vivo sem eu mesmo por aí. Caminho vazio, choro seco, escrevo mal, durmo me revirando e deixo qualquer coisa me deixar pra baixo. Mania minha de acreditar na poesia mais sutil do ser humano que na verdade não a têm. Mania minha de abraçar descompassadamente quem eu amo e chorar nos ombros teus como quem diz ”Me levanta por favor?”. Ando suplicando e me matando pouco a pouco. E sobreviver é tão irônico quando na mesma palavra existe o verbo viver. Tão contraditório que até sorrio e com lágrimas nos olhos deixo borrar algumas páginas de um livro qualquer que leio antes de dormir. Me faz companhia. E estranho como eu não me faço. Estranho como desfaleço em vossa frente e não vês, não lês. É difícil? Creio que não. E se for vá olhar a ave no céu, vá beijar a terra e colher flores, vá ter um amor e fazer poesia, vá ter alegria e chorar rindo. Vá viver para vir me sentir, vá viver para tirar de mim o prefixo da palavra sobreviver. Porque, quero viver e reviver, dentro de mim, dentro da vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário