sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


“Mas aí você percebe que não importa o que você faça, nada seria o suficiente. Você percebe que ninguém nunca vai dar valor as coisas que você faz ou se importar com as coisas que você fala. Porque no fim, ninguém nunca se importou. Não importa o que dissessem e o quanto tentassem provar o contrário. Você percebe que nenhuma palavra poderia ninguém ter feito mudar de ideia e que você fez muito esperando o mínimo que seja de reconhecimento ou de sorriso, nem mais nem isso você teve. Você percebe que de nada valeria toda a sua dor se você mesmo não desse valor a isso. Mas depois de tanta quedas nem você consegue dar valor ao próprio sorriso. Você aprende que as recaídas dói muito mais do que imagina e que nem todas as lágrimas fariam as coisas darem certo. Você percebe que deu chance a quem não merecia e desperdiçou palavras com as pessoas erradas. Você percebe que nem todo o esforço do mundo seria o suficiente para as pessoas aceitarem você. Elas nunca entendem, nunca entenderiam. Nem mesmo que explicasse de todas as formas. É como se você nunca fosse uma pessoa boa o suficiente para consertar tudo de errado. Mas você realmente não é. Nem da melhor nem da pior forma. Ninguém nunca vai saber reconhecer seu valor e isso dói. Dói como todo o sangue que você é capaz de derramar, mesmo sabendo que não seria útil. Dói como tudo o que sufoca, que amarga. Dói como o medo, como a falta. Dói como as coisas que jogaram fora. Dói quando como quando te colocar no lixo. Dói como tudo. Dói e você não suporta. Dói de tal forma que você tem medo. Medo de tudo que pode acontecer, que pode dizer. Dói porque se você tentasse fazer diferente ainda sim pareceria errado. E continua doendo, tanto externa, como internamente. Dói tudo, cada feria, cada gota de sangue. Dói tudo porque não tem ninguém por você. Porque ninguém se importa, porque ninguém se preocupa. Dói porque você queria fazer diferente e não pode. Não consegue. Dói porque tudo o que você dissesse estragaria tudo. Pioraria. E você sorri, como se nada fosse acontecer. Pros outros. Porque em você dói tudo. Em você acontece tudo. Pelo lado ruim, é claro. Nada de bom evolui. Nada de bom acontece. E você continua machucada, como se aquelas feridas nunca fossem cicatrizar e as recaídas fossem eternas.”


Nenhum comentário:

Postar um comentário