segunda-feira, 12 de dezembro de 2011


Mas a saudade bateu na porta. Gritava que precisava entrar. Queria me fazer lembrar do que antes era bom. Queria voltar no tempo, e queria que eu fosse junto. Queria que eu abrisse não só a porta de casa, mas sim a do meu coração. Quis me levar por inteiro. Queria entrar de qualquer jeito. Não deixei. Esqueci. Superei. Mais tarde voltou ela. Mais forte como nunca. Difícil de controlar. A porta estava trancada. Mas por baixo dela, passou um pequeno e amassado bilhete. Tinha uma caligrafia engraçada, feia, conhecida. E naquele pequeno papel havia tudo o que não podia me lembrar. ” - Vamos começar. Vamos conversar. Se lembra da época maravilhosa que eras amado? Que seu sorriso era a coisa que mais te definia? Lembrastes de todas as fotos e conversas guardadas em pastas secretas em seu computador? Pare um pouco e se lembre do cheiro que ficava em sua camisa, aquele que te fazia dormir. Respire fundo, prenda as lágrimas e consiga terminar de lê. Sentes mal nas manhãs? Sabe porque né? É, falta de quem você ama. Falta de quem você precisa. Falta do seu chão. Falta do passado. Achas que tudo vai mudar? E que essa saudade vai ser substituída como você? Mas não vai. Essa saudade, só uma pessoa pode tirar de ti. Só uma. Ninguém mais. Ninguém do nada. Sentes falta do carinho que recebia? E do calor que te passavam? Sente falta? Eu sei que sentes. É normal, seu coração é burro. Seu coração é de uma unica pessoa. E não seu. Me deixe entrar, e se não deixar, lhe informo com o passar do tempo, e com o decorrer do dia, eu estarei em tudo que olhar, tudo o que sentir, tudo o que cheirar. Serei uma companhia. Boa, ou não. Depende de você. ”

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