sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Não gostava muito de cores. O amarelo era muito alegre, muito brilhante, luminoso, muito quente para ela. O verde lhe passava sensação de cansaço, dava ânsia de vômito e algo conturbante no estômago. O vermelho lembrava muito o amor, paixão, algo do que ela estava sempre tentando fugir. O marrom lhe lembrava das pessoas, sabe? Gente, calor humano, aquilo não era lá muito agradável. O azul, ah, o azul dos céus, dos riachos, das praias, o azul que era a cor mais devastante, a cor dos seus pensamentos tristes e das lembranças. O rosa, cor de menina, delicado, simples, um tanto quanto meigo, bem, não fazia seu tipo. O laranja até que lhe agradava, lembrava dos campos, das flores, mas ainda assim, não era a cor ideal. Dentre todas, escolherá o preto, que era a cor daquela sua tão conturbada vida, cor daqueles tão penetrantes olhos, daquela tão indiscreta solidão.

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