sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


“Só não está tudo bem. Tu perguntas e respondo com tal frieza que ainda pergunto-me como consegues acreditar. Ninguém vê. E não é por falta de demonstrações ou avisos. Vê que eu não sou sorriso? Vê que tudo mudou? Que tu não sentes como sentias ao meu respeito? Vê que perdeu todo o significado? Vê que estamos distantes? Vê que sinto sua falta? Não vê. Ninguém vê. E evito-me o clichê de sorrir e agir como se tudo estivesse bem. Não faço isso. Poupo-me. Aliás, poupo a nós. Mas tu não enxergas. Não sabes o quanto dói. E tento fingir que não és nada para mim mesma. Distraio-me no sono e se pudesse dormirias por mais tempo que possível. Fingirias que nada existiu. Nem por mim, nem por ti que tanto dizias se importar. Vejo agora que eras tudo uma falta de verdade e um poço profundo de exaustão. É quase o que sou agora. Dentro do poço profundo posso ser encontrada afogando-me no meu próprio drama e na minha tênue ingênua de esperança de que ainda possa tudo melhorar. Mesmo sabendo que inútil ainda tento, que ainda erro. Tu ainda não se importaras. Nem sei para quê escrevo, para que explico. Nem leria. Nem entenderia.”

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