quarta-feira, 14 de dezembro de 2011


Uma casa simples, sem chamar muita atenção. Pode ser até apartamento; cabendo minhas quinquilharias, pode vir o que for. Um cantinho pras flores; as que ganhei e as que comprei no mercado já murchas mas que, com cuidado, se fizeram belas novamente. Um sofá de canto, onde tenha espaço para mim com as pernas esticadas e para meus quitutes quando um filme for assistir. Uma televisão sem porte de chiqueza, mas que tenha dvd pra eu poder ir na locadora nos dias de promoção e pegar meus filmes prediletos, e assistir lá, no meu cantinho. Um lugarzinho também pras minhas maluquices… chamo assim as minhas “artes” abstratas, meus versinhos inacabados, meus desenhos de moças, de fitas, de sapatilhas, de nada; são por completo eu mesma, por isso um canto onde haja um conforto recíproco do meu eu-lírico com o meu eu confuso e cansado. No meio da casa - talvez apartamento- um tapete de flores amarelas, azuis e rosa claro contendo as cifras das músicas que mais gosto, e claro, meu violão, que sempre colocará pra fora de mim os medos diários através de cada nota tocada. Em minha cozinha de aproximadamente dois metros de comprimento, haverão fotos coladas e bilhetes na geladeira pra lembrar do dentista, do remédio e de que o amanhã deve ser vivido da melhor forma. Na minha mesa um vasinho e uma toalha rendada, pra fechar um dos meus lugares favoritos na casa -talvez apartamento-. Finalmente, meu quarto. Pequeno, mas cheio de aconchego. Uma luz ali, outra colá, uma no vãozinho escuro e outra no teto, pra fechar a claridade quando o sol de pôr e não entrar mais pela janela. Meu acolchoado branco, azul… tanto faz, desde que esquente meus pés gelados na madrugada. Um espelho, uma escrivaninha contendo livros de escola, do barroco, do neoclassicismo e, por fim, do meu período predileto, o romantismo. Mais mensagens, mais fotos, mais desenhos espalhados por ele, e que quem entre sinta meus sonhos flutuarem pelo ar. Minha coleção de conchas e de selos ficarão também em cima da prateleira. 

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