sexta-feira, 16 de dezembro de 2011


“Você lembra? Eu odiava sua falta de humor. Eu tinha vergonha de te contar os detalhes dos meus sonhos. Você lembra? Eu implicava com suas manias e amava mexer no seu cabelo. Lembra? Eu sei que lembra… Nós sorríamos e eu nem precisava dizer nada para você desvendar até os meus suspiros mais baixos. Eu não conseguia deixar de sorrir quando você estava perto. Lembra? Lembra de como era irritante e de como adorava me deixar constrangida? Lembra de como elogiava até os fios dos meus cabelos e passava a mão sobre a minha quando eu sentia frio? Lembra de como apertava meu nariz gelado e de como me abraçava forte e o mundo lá fora desaparecia? Você lembra como eu sentia ciúmes e como eu escondia mal? Lembra como você pegava no meu pé? Lembra de todas aquelas tardes e de todas as percas de tempo? Lembra de como éramos um do outro, ou não éramos, mas fingíamos? Lembra…? Você se lembra. Eu tenho certeza. Talvez não faça pra você a tamanha falta que me faz, mas eu ainda me lembro. Lembro de todas as vezes em que brigávamos por nada e depois sorríamos. Eu lembro das vezes em que me acordava cedo com um sms, ou durante a madrugada. Eu me lembro de como você se importava. Lembro de como eu corria atrás… eu me lembro que não existia tempo. Temíamos. Nós éramos duas crianças adultas que tinham medo de amar. Éramos cabeças pequenas e corações grandes demais. Mas escondíamos, um do outro ou talvez de nós mesmo. Você lembra? Lembra de como evitávamos tocar na palavra “amor”? Não foi nada do que esperávamos. Foi melhor, foi diferente e ainda sim sumiu. E agora pego-me perguntando “será que você lembra e sente tanta falta, assim como eu?”. Só queria te ter por mais um dia. Um dia daqueles só nossos. Para que eu pudesse te mostrar o quanto é difícil sem você. Mas passa. Porque você disse que passaria. Lembra? Eu lembro.”

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