quarta-feira, 4 de janeiro de 2012


Lembra daquele adeus que desenhamos no silêncio da noite? — Seus olhos se enchiam de lágrimas ao lembrar — Eu não queria dizer adeus, eu não queria ter dado as costas para o que tivemos. E eu não devia, eu não queria, mas eu fiz! Eu virei as costas. Tentei seguir em frente, mas você sempre voltava. Sempre. Seja nos meus sonhos, ou nos olhares dos estranhos na rua. E por isso eu voltei, porque você sempre esteve presente em cada minuto da minha vida, porque cada lembrança permanecia viva em minha memória, porque eu não poderia deixar você. Jamais. — Querido, eu não quero que sejamos o que fomos… Apenas quero te ver bem. Feliz. Vivo. Contente. — Deixe-me tirar dessa solidão aonde lhe joguei. Deixa eu ser a cura para o mal que lhe criei. Querido, há tanto tempo que não nos falamos. Na verdade, hoje faz dois anos e seis meses que não nos falamos… Hoje é o dia em que o término começou. Lembranças e mais lembranças costumam assombrar a minha mente, seja de noite ou de dia. Em todo momento há um pedaço de ti brotando em mim. Gosto de pensar que onde quer que você esteja, está pensando em mim, porque aonde quer que eu esteja sempre estou pensando em você. Você costumava dizer que seríamos para sempre — e fomos, mas em um passado que continua existir apenas em mim — e que nem o tempo apagaria o meu olhar do seu sorriso. Se éramos eternos, por que não duramos nem uma vida? Por que você que ir embora e levar tudo o que havia de melhor em mim consigo? Ainda há tanto para te dizer, meu bem… Ainda há tanto para você descobrir. Inúmeras palavras que ficaram subentendidas. Muitos sentimentos repreendidos. Mas fica pra amanhã. Hoje já é tarde, e ainda temos o nosso infinito particular como tempo que nunca passa. Amanhã eu termino de dizer tudo o que esqueci, tudo o que tive medo de sentir. Sempre amanhã. Para ser, sempre, eterno como pretendíamos que fosse.

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