quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


Cansei dessa coisa de tentar encontrar inspiração pra tudo. Quer saber uma verdade? A gente nunca consegue escrever tudo que a gente tá sentindo. A gente só escreve o que nos convêm, o que nos agrada, o que parece ser aceitável. Essa coisa esquisita aí dentro da gente, sabe? Continua. Sem ser escrita, até porque, a gente tenta por tudo no papel, tenta esforçar nas palavras, e no fim, não sai nem metade dos nossos sentimentos. A gente procura as melhores palavras, nos melhores dicionários, mas continua do mesmo jeito: inconcluído, incerto, desfeito, confuso, inconcreto. E cá entre nós, esses sentimentos são um tanto quanto complicados, não é? Como diz aquele velho trocadilho clichê “só sabe a dor em quem a sente.” E pode apostar, é verdade. Isso de tentar por tudo pra fora é um saco, não é mesmo? E pior, dói mais que o suportável, nos sufoca, nos mantém presa nas entrelinhas. É medíocre, e seja a ser estúpido, tentar juntar tudo, todos os pedaçinhos estilhaçados dentro da gente, e por no papel. Vamos cair na real, a gente não consegue. Nós somos burros, hipócritas por pensar que é tão fácil assim quanto parece, escrever esses tumultos que só a gente sabe, que tem na gente. Pois bem, só nós entendemos, então, porque insistimos nisso? Vamos parar de acreditar um pouco menos nas escritas alheias, e acreditar um pouco mais nos nossos sentimentos, porque eles sim, valem a pena. Digo, desiste. Desiste de tentar tirar esse peso de ti, escrevendo o que parece te fazer bem, o que na verdade não muda nada, o faz mudar essas nossas complicações insensatas, é a gente mesmo. E quer saber? Quer saber mesmo? É melhor assim. Ninguém precisa saber o que passa dentro da gente.

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