segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

“— Não fala nada, só me escuta. Agora são 10 horas da noite e você provavelmente está saindo com os seus amigos para ficar com algumas garotas e se embebedar. Eu sei que eu deveria estar fazendo alguma coisa parecida, mas é que eu não consigo parar de pensar em você. Me diz, você se sente da mesma forma? Você sente um arrepio sempre que minha janelinha sobe no MSN? Me diz se você sorri quando ouve meu nome ou quando te falam alguma coisa que te faz lembrar de mim. Só me diz isso. […] Desculpa. Por favor, me desculpa, eu não queria estar te ligando a essa hora. Não queria estar te atrasando para a noite com os teus amigos. Droga, eu não queria estar chorando. Não queria que você soubesse que eu andei chorando por você. Porque você sabe como meu orgulho é grande. Como ele sempre foi inabalável. Aí de repente você chegou e eu perdi a razão. Perdi aquela imagem de garota de ferro. Eu não sei o que você tem, mas você mexe demais comigo. Foi por você que eu feri meu orgulho diversas vezes e corri atrás. Tudo por você. Eu acho que houve algum erro com o meu pedido no bar certa noite, porque eu disse “Garçom, por favor, uma dose de vodka”, mas eu acho que ele confundiu os pedidos e me trouxe uma dose de você. A propósito, uma dose absurda de você. Eu já disse que não sei por que eu te liguei, né? Eu simplesmente disquei o seu número, que a propósito, eu sei de cor, e num segundo você já tinha atendido. Eu deveria saber que eu não conseguiria desistir enquanto o telefone estivesse chamando, porque eu sei como você sempre atende ele no segundo toque. Aliás, eu já disse como odeio o toque do seu celular? O barulho é muito alto, e ah, você está sempre escutando a mesma música. Sua playlist já me enjoou, e eu me lembro que, sempre que eu dizia isso pra você, você começava a cantar a mesma música bem alto no meu ouvido. [… ] Ai, meu Deus, o que é que eu estou fazendo? Bom, eu provavelmente estou falando sozinha, porque você ainda não me pediu pra calar a boca. Sabe? Ia ser tão incrível se você dissesse pra mim parar de falar e admitisse que também sentiu minha falta. Mas isso só acontece nos filmes, não é? E eu já me certifiquei de que eu não estou em um filme e nem sonhando, porque nos sonhos, você não sente uma dor tão grande assim no coração. Então só me diz se você se lembra quando nós estávamos comendo sorvete e você sujou meu nariz com ele, então eu briguei com você porque você disse que as dançarinas do Faustão eram gostosas, daí você tirou duas alianças do bolso e perguntou se eu queria namorar com você e eu respondi que não, que eu queria era casar com você. Só me diz isso. Eu juro que se você me pedir eu nunca mais incomodo você. Nunca mais ligo pra você às 10 horas da noite. Juro que você vai pensar que eu já esqueci que você existe, mesmo que isso seja impossível. Eu juro, tá? Eu não quero te incomodar e nem… nem atrapalhar sua noite. Então pode dizer que eu sou uma idiota. Diz que eu sou uma idiota por não ter conseguido ser o suficiente pra você, por não ter conseguido fazer a gente dar certo. Diz, vai. Só diz que eu sou uma idiota. E me desculpa por ser assim. Por tudo. Não precisa aceitar minhas desculpas. Porque nem eu mesma consigo me perdoar por ter deixado a pessoa que eu mais amei na vida ir embora.”

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