quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012



Eu nunca fui dessas meninas romancistas que vê amor em cada detalhe sórdido que os meninos esbanjam em nossa direção, elas sempre se importam demais com detalhes simples e de pouco significado como mensagens na madrugada, eu na verdade nunca entendi o sentido disso. Olha quem eu estou tentando enganar, na verdade já sim, quando eu ainda estava com ele, mas desde o dia que ele partiu as coisas são apenas coisas insignificantes, nada mais. Ele se foi, levou junto o meu coração. E desde o dia do último adeus que ele me deu, eu pensei nunca mais sussurrar ou mesmo vir a sentir como uma dessas meninas ditas, bobas, isso até aquela madrugada, em que meu celular tocou, era ele, com uma dessas mensagens que depois de sua ida sempre julguei fúteis e clichês demais, e ele dizia:
Sms dele: E se você quer mesmo saber, cada pequeno pedaço de sentimento que eu vim a depositar há você um dia eu te digo. Eu te odeio, garota. E sempre odiei, eu odeio o modo como você sorri pra mim daquele jeito meio dengoso, odeio o seu sorriso que me faz abrir o mundo em apenas um portal. Eu odeio o modo como você toca na minha nuca e faz cada pelo do meu corpo arrepiar, eu odeio quando você passa a ponta dos seus dedos no meu braço, e vai subindo até o meu rosto de um modo tão sutil, me fazendo sentir a melhor sensação do mundo. Eu odeio quando você deita em meu travesseiro deixando seu perfume doce para que eu possa senti-lo a noite toda. Odeio quando você vesti a minha camisa que te faz ficar linda. Eu odeio cada traço do seu rosto que para mim é mais valioso que qualquer quadro de Picasso e mais belo que qualquer flor dos jardins de Amsterdam. Eu odeio o jeito como você me olha, por alguns instantes eu consigo me perder em você, me perco naquele olhar tão profundo, intensa, ingênuo. Eu odeio como você me hipnotiza só por me olhar por um minuto, odeio cada detalhe do seu rosto que são tão delicados como um cristal. Eu odeio passar a manhã, a tarde, e a noite só com sua imagem na minha cabeça. Eu odeio quando você me abraça e me transmite tanta segurança, eu odeio quando enxuga minhas lágrimas dizendo que ficara tudo bem e mesmo que não fique você estará aqui. Eu odeio cada milímetro dos fios dos teus cabelos que se encontram emaranhados em minha barba mal feita, porque seu perfume sempre me entorpece, é como vicio que não sei me livrar, assim como tua pele, seus beijos, assim como você inteira. Eu odeio como você tem a tendência de me fazer dar uma gargalhada com suas idiotices. Eu odeio o fato de não ser bom o suficiente pra você, de não poder ser o seu príncipe com um cavalo branco, a invés de um skate. Eu odeio não poder estar agora te aquecendo o frio, te protegendo, te dando abrigo. Odeio você, garota. Eu odeio me sentir sem ar com a ausência de seus beijos, eu odeio não ter sido capaz de dizer o quanto eu te odeio antes. Eu odeio não ser capaz de ter corrido atrás de você depois da nossa briga, eu odeio deixar o meu orgulho de lado só para te mandar essa mensagem. Eu odeio não conseguir realmente te odiar nem que seja por míseros segundos, mais a única coisa que eu não odeio é de te amar. Cara, eu odeio você.
Meus olhos ficaram repletos de lágrimas que queriam saltar, dessas que preferi por deixá-las aqui, pois assim as vistas ficariam embasadas e eu não conseguiria responde-lo. Mesmo que eu devesse ignorar aquele sms, mesmo que eu devesse continuar com meu pensamento de que tudo isso não passava de uma bobagem, mais uma de um garoto como todos que passaram na minha vida, eu bem no fundo sabia que ele não era como os outros, ele era o meu garoto, o que desenhei em meu coração em forma de amor, e o interior gritava o nome dele, e a saudade apertou e escapuliu em forma de arrependimento, em forma de palavras mal ditas e mal expressas na mensagem de volta destinada a ele.
Sms dela: E quer saber de uma coisa? Eu também odeio você. Odeio o seu sorriso torto, e o seu cabelo bagunçado. Eu odeio ficar olhando para o seu sorrio e ter a vontade de sorrir também, eu odeio o seu cabelo que eu gosto de ficar mexendo, enrolando-os nos meus dedos e te fazendo um topete enorme só pra te ver sorrindo. Eu odeio o seu perfume forte que me faz espirrar, mas odeio quando ele fica na minha roupa e eu não consigo larga-lá. Odeio todos os seus amigos que parecem querer roubar a sua atenção de mim, eu odeio quando você me dá apelidos bobos, odeio o dia em que você me chamou de meu amor na frente de todos. Garoto, eu te odeio tanto. Odeio as suas roupas, a sua camisa grande que me servia de pijama, odeio a sua calça caída mostrando toda a sua cueca, eu odeio quando você me faz ciúmes, e em segundos, você diz que é meu. Eu odeio o jeito como você cuida de mim, odeio quando você coloca a minha cabeça no seu peito, e fica mexendo no meu cabelo. Eu odeio quando você me faz ficar toda arrepiada com cada sussurro ao pé do ouvido, eu odeio a sua cara de safado que me faz olhar fixamente pra você. Odeio o seu jeito meio fofo, meio idiota, meio. Eu odeio não estar agora com você. Eu odeio quando você ta triste e eu não posso estar aí, pra te confortar, mas eu odeio quando o motivo da sua tristeza sou eu. Garoto, eu odeio tudo em você. Eu odeio o jeito que você me irrita, que puxa o meu cabelo e sai correndo pela casa, dando voltas no sofá e repetindo várias vezes: Dúvido você me pegar. Eu odeio quando você me faz sorrir sujando a ponta do meu nariz de sorvete, odeio quando você assiste filme comigo de terror, e fica me assustando. Eu odeio quando você me faz morrer de tanto rir quando me faz cócegas, eu odeio quando a gente briga, e eu fico sentada na minha cama esperando você me ligar, esperando você pedir desculpas por ser tão estúpido. Eu odeio você, garoto. Odeio quando você vem me ver com esse seu skate todo arranhado e suas calças largas, eu odeio quando você me tira um sorriso ao dizer que seu sonho é se casar comigo. Porque me faz te odiar assim? Eu odeio tudo em você, odeio o seu rosto de menino carente, daqueles rostinho de quem pedi colo. Eu odeio o seu sorriso contagiante, esse sorriso torto que me faz sorrir junto. Odeio você, odeio o seu eu te amo, pequena. Eu odeio também não conseguir ficar um minuto sem você, odeio não conseguir deixar de te amar tanto assim.

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