quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012


Foi passageiro. Assim como uma chuva de verão. Como uma leve brisa de outono. Como passar alguns dias em uma casa de veraneio. Refiro-me à nosso caso de amor. Se é que posso rotular tal época de minha vida como: “nosso caso de amor.” Sim, foi amor. Mas não houve reciprocidade. O amor brotara apenas de mim. O quão belas eram as palavras que me dizia. Me encantavam, me iludiam. Como pude ser tão tola? Tão tola por tanto tempo? A ponto de não perceber que as tão encantadoras palavras, não significavam nada? Nada. Assim como eu signifiquei pra você. Nada. Apenas mais uma. Menina tola. Descartável. Usada apenas para cicatrizar feridas anteriores. Usada como seu brinquedinho, para divertir-te enquanto não encontrava alguém melhor. E encontrou não é mesmo? Inicialmente, isso me abalava totalmente. Me fazia gritar de dor. A dor de perder o que um dia, sequer foi seu. A dor de ser substituída. […] O que dizias à mim, agora diz à ela, não é? Tenho conhecimento disso. Como já disse, antes isso me abalaria, mas agora, não. Já fui ingênua, boba. Mas você me fez abrir os olhos. Me mostrou o quanto manipuladoras e traiçoeiras as pessoas podem ser. Mentem, olhando em seus olhos. Banalizam o sentimento magnífico, que é o amor. Incontáveis são as juras de amor e planos para o futuro que fazem umas para às outras. Todas feitas em vão. Aparecem na sua vida, fingem amar-te, criam um vínculo contigo, fazem nascer um sentimento, fazem com que você se apegue à elas, e se vão. Te abandonam. Te deixam. Te trocam. E depois, cumprimentam-lhe quando o avistam nas esquinas, alegres e sorridentes, como se nada tivesse acontecido. Como se o que viveram, a história que tiveram, não significasse nada. Apenas uma página qualquer, tirada de um livro que se recusa a ler, e que fora deixada em uma gaveta empoeirada qualquer. Pois é isso que significamos para as pessoas, uma mera folha de papel, recusada a ser lida. Acho que, para você, nem uma página de papel eu signifiquei. E você me deixou. Se foi. E eu nunca disse adeus.

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