domingo, 11 de dezembro de 2011


“Com o coração em mil pedaços, ela se trancava no banheiro e ficava por lá. Não tinha mais vontade de fazer nada, tudo tornou-se pra ela uma coisa sem sentido, sem nexo. Costumava deitar-se em sua cama, e ficar por lá. Assim, acharia que alguma coisa pudesse mudar. Que talvez no outro dia de manhã, ela acorda-se e tudo começasse a dar certo pra ela. Que ingenuidade pensar assim. Costumava beber cafés frios, e bem amargos. Dizia sempre — É pra combinar com a minha vida, amarga e fria. — Talvez ninguém entenderia. Ninguém conseguia entender o por quê dela ser assim, tão durona. Conseguia enganar a todos com seu sorriso. Mas ela mesmo sabia que não era um sorriso de felicidade. Era um sorriso fingido, como de costume, ela sempre estampava ele pra ninguém a notar. Mas no final do dia, se trancava no banheiro e começava a chorar. Encurvava-se, ficava em um cantinho. Pois só queria um abraço aconchegante pra se proteger, e alguma palavra pra dizer que tudo iria passar.”

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