sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


Tão longe ficou o tempo, este, onde eu tinha a capacidade de sentir e esperar coisas boas como aconchego, confiança. Faz tempo em que esqueci como se dança, perdi todas as esperanças. Tão longe a felicidade ficou, quanto coisa boa não chegou. Tão longe ficou o tempo, aquele, aquele velho tempo onde a confiança existia entre os meus dedos, onde eu tinha aquelas tão estranhas vontades de sorrir, e eu me alegrava com pequenas, simples coisas. Onde os amigos eram amigos, o dinheiro nada valia, e os meus sentimentos não eram estas coisas estranhas, doídas. Tão longe passou o tempo, onde as vontades de viver gritavam, dançavam, e aquelas vontades de me dominavam, me empurravam pra frente, nas minhas velhas vontades de continuar. Hoje não sei mais como continuar. Não escrevo mais cartas, não escrevo mais nada, com a esperança que alguém se compadeça de mim. Hoje, não consigo mais ligar a estes amigos estranhos (e contar, contar, contar) tudo aquilo que tanto vivi, tudo aquilo que tanto sofri. Os chás, bolos, chocolates não me consolam mais. Nada me consola mais. De tanto chorar, acabei saindo da velha roda de dança. Eu já não sei mais o que faço. Esqueci como se dança menina, esqueci, esqueci o velho verbo ‘amar’.

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